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O impacto da terapia focada na compaixão em resultados positivos e negativos de saúde mental: resultados de uma série de meta-análises.

Atualizado: 28 de mai.

The impact of compassion-focused therapy on positive and negative mental health outcomes: Results of a series of meta-analyses


Petrocchi, N., Ottaviani, C., Cheli, S., Matos, M., Baldi, B., Basran, J. K., & Gilbert, P. (2024). The impact of compassion-focused therapy on positive and negative mental health outcomes: Results of a series of meta-analyses. Clinical Psychology: Science and Practice, 31(2), 230–247.






Resumo feito por: Psi. Tatiana De Nardi- CRP07/13131


Dados da Revista

Nome do Periódico Clinical Psychology: Science and Practice

Fator de Impacto (2023) 4,7 (segundo Bioxbio e Clarivate)

Fator de Impacto (5 anos) 6,7

Classificação por quartil Q1 (primeiro quartil na área de Psicologia Clínica)

Fonte da Informação Bioxbio, Clarivate, WoS Journal Info

Variação em outras plataformas 2,70 (segundo Resurchify, baseado em Scopus)

Observação O fator de impacto pode variar conforme a base de dados utilizada

Site Oficial (para submissões etc.) Clinical Psychology: Science and Practice



Objetivo do Estudo:

O artigo realiza uma ampla meta-análise para avaliar a eficácia da Terapia Focada na Compaixão (CFT) em desfechos positivos e negativos de saúde mental, utilizando exclusivamente ensaios clínicos controlados e randomizados (RCTs) com populações clínicas e não clínicas.


Aspectos Positivos

1. Abrangência e Rigor Metodológico

A meta-análise incluiu 47 estudos controlados envolvendo 7.875 participantes de 17 países, representando uma amostra robusta e diversificada. O uso de critérios rigorosos de inclusão (apenas estudos com CFT segundo o modelo original de Paul Gilbert) confere consistência teórica ao trabalho.


2. Resultados Relevantes e Estatisticamente Significativos

Os resultados mostram que a CFT é eficaz na redução de:


  • Desfechos negativos em saúde mental (g = 0.72)

  • Sintomas depressivos (g = 0.49)

  • Autocrítica (g = 0.40)

  • E também promove um aumento significativo na compaixão por si e pelos outros (g = 0.51).


3. Análises Moderadoras Detalhadas

Os autores testaram variáveis específicas (chamadas de moderadores) que poderiam influenciar os resultados da terapia, como tipo de intervenção, presença de medicação, país do estudo, e se o tratamento era conduzido por desenvolvedores do protocolo. Isso enriquece a compreensão das condições em que a CFT é mais eficaz.


Moderador analisado

O que significa

Resultado

Tipo de intervenção

Se a CFT foi aplicada

sozinha ou combinada

com outra terapia (como

CBT ou TAU)

A CFT aplicada sozinha

teve efeito maior que

quando combinada com

outras

Uso de medicação

Se os participantes

estavam tomando

medicamentos

psicotrópicos

A CFT foi mais eficaz em

quem não usava

medicação

País onde o estudo foi feito

Localização geográfica

do estudo (ex: Europa,

Irã, outros)

O efeito foi maior em

estudos conduzidos no

Irã

Presença do desenvolvedor da

CFT no estudo

Se o criador da CFT

(Paul Gilbert ou equipe)

participou do estudo

Efeitos ocorreram mesmo

sem envolvimento

direto do desenvolvedor

Tipo de controle usado

Se o grupo de

comparação era passivo

(ex: lista de espera) ou

ativo (ex: outro

tratamento)

Efeitos foram maiores

quando comparada a

grupo passivo

Formato da terapia (grupo vs. individual)

Se a terapia foi em grupo

ou individual

Ambos funcionaram, com

leve vantagem para o

grupo



4. Transparência e Pré-registro


O protocolo foi pré-registrado no PROSPERO, o que demonstra compromisso com boas práticas de ciência aberta.


Limitações e Críticas

1. Heterogeneidade Alta

A alta heterogeneidade entre os estudos (I² > 60% em várias análises) sugere uma variabilidade considerável nos resultados. Apesar das análises moderadoras, grande parte dessa variabilidade não foi explicada.


2. Viés de Publicação Presente

Os testes de viés de publicação indicaram a tendência de superestimação dos efeitos da CFT, o que levanta questionamentos sobre a robustez dos resultados.


3. Qualidade Metodológica dos Estudos Incluídos

Cerca de 32% dos estudos foram classificados como de baixa qualidade metodológica (pontuação < 4 na escala modificada de Jadad), principalmente devido à ausência de cegamento e descrição inadequada de efeitos adversos.


4. Ausência de Seguimento de Longo Prazo

A maioria dos estudos avaliou apenas o efeito imediato do tratamento. Estudos longitudinais precisam ser realizados.


Conclusão

Este artigo representa uma contribuição importante para a literatura sobre intervenções baseadas na compaixão, ao consolidar evidências robustas sobre a eficácia da Terapia Focada na Compaixão. Apesar de limitações metodológicas, os resultados são promissores, especialmente para sintomas de depressão e autocrítica. No entanto, é necessário avançar em estudos com melhor qualidade metodológica e avaliação de efeitos em longo prazo para fortalecer ainda mais as evidências.




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